Patinho Branco

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Chico Rei não teve Cota para Negros. E venceu!

Foto de Salvador-BA, onde o ar é sempre místico, apesar do forte cheiro de Dende e/ou urina, onde quer que se ande na cidade.
Apesar desses ares de cheiro, de fato, a espiritualidade está presente em cada rua, em cada esquina. Talvez seja por isso que o povo baiano, mais precisamente o soteropolotano , seja o povo mais hospitaleito do país.
Ninguém visita Salvador apenas uma única vez, pois sempre fica uma saudade estranha da cidade.






Chico Rei, a historia de um rei negro.





Essa é a historia de um Rei Negro africano, que derrotado em combate, foi feito prisioneiro. Vencido pelo inimigo foi feito escravo e mandado para o Brasil, juntamente com muitos de seu povo.
Aqui foi comprado, juntamente com sua gente e enviado a pé para as Minas Geraes garimpar ouro, mas nunca esmoreceu e de cabeça erguida manteve o respeito de sua família e de seu povo.
Garimpou ouro como ninguém, não fugiu, e encarou sua luta na bateia, deixando seus senhores ricos, mas tanto trabalhou que ficou rico também. Com o tempo e muito suor comprou sua liberdade, de sua esposa, libertou seus filhos e os outros escravos que o acompanhavam desde a África.
Mais tarde comprou terras e descobriu ouro nelas, ficando ainda mais rico, e assim seguia comprando a liberdade de outros escravos.
Com manto de veludo nas costas, e coroa de ouro na cabeça, Chico rei era aclamado como um verdadeiro rei, sendo seguido pelas ruas por onde passava.
Na época em Vila Rica, no dia 6 de janeiro, quando se comemorava a festa de Nossa Senhora do Rosário, vinham à frente, Chico Rei, sua esposa Rainha e suas filhas princesas, cercadas de damas de honra, estando todas com os cabelos cobertos de ouro em pó.
No fim da festa a rainha e sua corte, banhavam suas cabeças em um pia aos pés da cruz, e o ouro que ali ficava depositado, era usado para libertar novos escravos.
Chico Rei é para o povo mineiro, o Rei Negro, soberano generoso, que venceu o destino, conquistando a liberdade, a prosperidade e o respeito de todos com seu trabalho.
Esse Negro escravo, provavelmente não teria conseguido conquistar sua liberdade, nem o respeito que conquistou, se naquele tempo existisse alguma Cota para Negros.
Provavelmente não teria trabalhado com o afinco que trabalhou, nem teria ficado rico, nem seria motivo dessa historia tão linda.
A liberdade, o trabalho e a educação, são os caminhos verdadeiros a serem trilhados, se quisermos conseguir a prosperidade da única “raça” que existe neste planeta, a Raça Humana.

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Itanhaém, SP, Brazil
Formado em Administração, pescador de pesqueiro, palmeirense de quatro costados. Adoro os anos 70: tenho uma Caloi 10( são três na verdade), um fuca bala além de uma maquina fotografica Pentax Assay 35mm, só para curtir essa década maravilhosa. Cultivo uma pequena horta de temperos no quintal. Temos Manjericão do comum e do roxo, Alecrim, Hortelã, Salsinha, Cebolinha, orégano, Pimenta dedo de moça, malagueta e de cheiro. Gosto de estar com a familia, churrasquear e cozinhar, pedalar e bater papo com os amigos. Caminhar na praia é atividade obrigatória de todos os dias, quando o tempo ajuda.