Patinho Branco

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Cachaça, Ouro e a Inconfidência Mineira.

Foto de uma ilha em Pataty-RJ.
 Foi um passeio curto, a viagem para Paraty, mas foi legal.
A foto foi tirada de uma passeio de barco.
Aliás, Paraty, faz cachaça de primeira, feita com cana plantada ainda pelos escravos.












Cachaça, Ouro e a Inconfidência Mineira.

De principio, no Brasil Colônia, tomava-se a Bagaceira e o Vinho do Porto, que eram trazidos de Portugal, que controlava o comercio da colônia e tinha direito exclusivo no
mercado Tupiniquim.
Mas em pouco tempo, a criatividade e necessidade, acabaram se manifestando nas cabeças dos nossos pagadores de impostos, que alias já naquela época, como ainda agora, não agüentavam mais pagar impostos tão absurdos e caros. Acabaram descobrindo o vinho de cana de açúcar, que era muito mais barato que a Bagaceira e o Vinho do Porto, importados da Matriz. Produzido espontaneamente da garapa que ficava nos cochos de alimentação dos animais, foi descoberto sem querer. Esse caldo foi chamado pelos portugueses de “Cagaça”, não sei se pela textura ou pela cor desse vinho, que foi servido aos escravos, já que era melhor que o Cauim, única bebida fabricada por aqui e de origem indígena.
Não demorou muito para que alguem sem ter o que fazer, destilasse a Cagaça e chegasse na Cachaça, que se tornou rapidamente na bebida numero um da Colônia, que com o tempo virou ate moeda para compra de escravos na África.
Com o sucesso rápido da Cachaça, a venda da Bagaceira e de vinhos portugueses, caíram em desgraça e não demorou para Portugal proibir, que no Brasil, fosse fabricada, comercializada e consumida essa água que passarinho não bebe, alegando-se que o vil destilado atrapalhava o garimpo do ouro. Lei seca para a cachaça!
Como a lei não pegava e a” Marvada” continuava em alta, a Corte resolveu criar um imposto especifico para esse destilado e arrecadou muito dinheiro. Esse imposto foi tanto, que serviu para Portugal manter suas Faculdade e até reconstruir Lisboa, arruinada por um terremoto.
Com certeza no episodio de nossa Historia, conhecido como Conjuração Mineira, a cachaça esteve presente tanto física como politicamente nas ações de nossos Inconfidentes.
O Ouro descoberto nas Minas Geraes foi um atrativo para a formação rápida de grandes aglomerados populacionais, com a construção de cidades nas montanhas da Serra do Espinhaço, cujo frio reinante ali, era amenizado com o consumo de cachaça.
Desde então, no Brasil o ouro e a cachaça são símbolos nacionais. Pena que a Luta Contra a Derrama não tenha se tornado também um símbolo Nacional tão popular como seu Heroi, Tiradentes, que tambem morreu pela cachaça.
Mas ainda corre nas veias do povo mineiro, o ideal de liberdade, que herdaram dos Bandeirantes paulistas e, que com bravura e orgulho, deram suas vidas pelo ouro e pela cachaça. O ouro já se acabou, mas o precioso liquido transparente, ainda pinga das torneiras dos alambiques daquelas terras entre montanhas. Pinga da melhor qualidade!

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Itanhaém, SP, Brazil
Formado em Administração, pescador de pesqueiro, palmeirense de quatro costados. Adoro os anos 70: tenho uma Caloi 10( são três na verdade), um fuca bala além de uma maquina fotografica Pentax Assay 35mm, só para curtir essa década maravilhosa. Cultivo uma pequena horta de temperos no quintal. Temos Manjericão do comum e do roxo, Alecrim, Hortelã, Salsinha, Cebolinha, orégano, Pimenta dedo de moça, malagueta e de cheiro. Gosto de estar com a familia, churrasquear e cozinhar, pedalar e bater papo com os amigos. Caminhar na praia é atividade obrigatória de todos os dias, quando o tempo ajuda.